(FOTO: https://www.google.com.br/search?q=hipnose&biw=1366&bih=643&tbm=isch&source=lnms&sa=X&ved=0ahUKEwi1i42yio7LAhXMIJAKHb9aAKcQ_AUIBygC#imgrc=6agkTBcBW2eAgM%3A)
(Para ler o capítulo anterior, clique em: http://www.negaescreve.com.br/2016/02/a-mortifera-capitulo-03-o-corte.html) Ah, meus caros, devo lhes dizer que ficara bastante animada. Aquele estava sendo um dia diferente para mim. Não flertava com alguém já fazia um bom tempo.
(Para ler o capítulo anterior, clique em: http://www.negaescreve.com.br/2016/02/a-mortifera-capitulo-03-o-corte.html) Ah, meus caros, devo lhes dizer que ficara bastante animada. Aquele estava sendo um dia diferente para mim. Não flertava com alguém já fazia um bom tempo.
Como sou uma pessoa bem detalhista, gostaria que vocês tivessem cautela ao ler
o que lhes escrevo. Quando digo flertar, estou falando no sentido literal da
palavra, pois é claro que eu, no auge de minha vida adulta e sem muito com o
que me entreter, era uma pessoa cuja vida era sexualmente ativa, contudo, sem
aquele desprazer de ter que atuar e me apresentar como uma pessoa que condiga
com tudo aquilo que aparentava ser.
Mas algo me dizia que Marco valeria a os momentos de fingimento. Havia algo
nele que me despertava o interesse, e posso lhes afirmar que não era sua
beleza, nem tampouco o fardo que carregava.
Entretanto, senti algo enquanto ele conversava comigo que me despertou uma
estranha curiosidade.
Porque se ele parecia ser um anjo, com certeza ele não seria. Sabia que havia
algo obscuro em seu passado, algo que fosse muito grave e que não o permitira
se tornar algo além de oficial do exército.
Sim, pois quando saí à procura juntamente com todos do acampamento, jurava que
estava em busca de um comandante, ou qualquer outro desses cargos de chefia
militar que tão pouco entendo. Ninguém no meio de uma guerra civil moveria todo
o acampamento em busca de um mero oficial. Ninguém nunca se atreveria referir a
um oficial como “a parte mais importante de nossa família”.
Então por qual motivo ele nunca subira de posto? Pois qualquer outro, em seu
lugar, no mínimo, desistira de tal carreira caso não conseguisse.
Sei que o que pensava naquele momento eram apenas pequenas suspeitas, mas alia
das àquele sorriso e bela
conversa que tivemos, foram suficientes para que eu investisse nele, e porque
não pensasse que aquele soldado poderia se tornar meu novo companheiro.
Papai não ia gostar nada de saber daquilo. Contudo, pensaria em me explicar ao
Sr. Shadda em outro momento. Agora tinha outra preocupação em mente: libertar
Delegado Phillip para viver sua segunda chance.
Quando cheguei ao porão de minha casa, Phillip parecia ter perdido suas
faculdades mentais. Babava, lacrimejava, e de acordo com o Fiel 04 que ficara
com ele durante todo o dia, ele tivera quatro convulsões de dois minutos.
Sorri, mostrando os dentes, e pedi para que ele se retirasse. Seríamos só nós
dois a celebrar aquele momento. Delegado Phillip seria a comprovação de meus
anos de meu experimento: a mente humana poderia sim ser controlada por uma
indução bem realizada.
Mais uma vez, com um balde de
água ao meu lado, fiz a higiene de Phillip, e injetei-lhe a última droga.
Bastaria esperar alguns minutos até que ele acordasse. Demorou um pouco até que
seus olhos começassem a abrir.
Sabia que suas faculdades
mentais haviam voltado, mas o fato era que ele nunca mais seria o mesmo.
Parecia estar em transe, e as lágrimas escorriam de seu rosto incansavelmente.
Phillip ainda estava atado na
cama hospitalar, e com auxílio da manivela fiz com que ele se sentasse. Sua
cabeça pendia para baixo e agora ele começara a babar.
- Ah, Phillip, não fique
assim! Sua dor já vai acabar. Vamos começar a falar sobre o que vai acontecer
com você em 3, 2, 1...
Apertei uma campainha durante
trinta segundos. O barulho era um pouco irritante, mas Phillip, pelo contrário,
parecia ir tomando consciência e, então, seus olhos ficaram despertos.
- Agora sim, Delegado
Phillip, podemos começar com o nosso trabalho. – Estava agora sentada ao seu
lado, com um caderno onde fazia todas as anotações a respeito de meu estudo. –
Você poderia olhar para mim por alguns instantes?
Delegado Phillip não hesitou
em virar para mim e fixar os seus olhos dentro dos meus.
- Preste bem atenção em minha
voz, Delegado Phillip, pois você terá de responder muitas perguntas para mim. –
coloquei meu caderno de lado, e com as duas mãos, segurei o seu rosto. – Você,
a partir de agora, usará todo o conhecimento de seu corpo para lhe responder o
que eu lhe perguntar. Não haverá nenhuma pergunta sem resposta, e nenhuma
resposta com erros.
Eu já estava com meu
questionário em mãos, mas o sabia de cor. Perguntei-lhe enormes cálculos, fatos
históricos, e inclusive perguntas em outros idiomas. Delegado Phillip, com o
olhar completamente aceso, mas com o resto de seu corpo completamente em
transe, ia me respondendo seriamente tudo aquilo que lhe perguntava.
A primeira droga que havia
lhe injetado eram para estimular o seu cérebro, até um ponto em que ele ficasse
em tamanha exaustão, necessitando ser comandado para continuar sobrevivendo.
A segunda droga era para
facilitar a hipnose que fora realizada com o som da campainha. Demorou
exatamente dois anos para que eu conseguisse precisar o tom e a duração da
campainha para que ela causasse tal efeito.
E agora meu projeto estava
realizado. Ao vivo e a cores, diante de mim, a prova de que agora eu era dona
daquele homem, De corpo e alma.
A alegria era tanta que quase
desisti de manda-lo de volta para sua casa. Todavia, nunca um sentimento
passaria por cima de meus planos, e então prossegui:
- Muito bem, Delegado
Phillip. Você foi muito bem nas perguntas acima. Agora chegamos a melhor parte:
VOCÊ VAI ESQUECER TUDO AQUILO QUE LHE ACONTECEU NESTES ÚLTIMOS TRÊS ANOS. A
PARTIR DE AGORA, A ÚNICA COISA QUE VOCÊ VAI SE LEMBRAR É QUE SEU NOME É
PHILLIP, QUE SUA FUNÇÃO É DELEGADO, E QUE SUA FAMÍLIA É O BEM MAIS PRECISO QUE
LHE EXISTE. Repita o que eu disse.
Com a mesma seriedade que
teve em todas as perguntas anteriores, Phillip repetiu tudo aquilo que lhe
disse, sem expressão nenhuma em seu olhar.
Fiz com que ele repetisse por
mais de duzentos e cinquenta vezes. Até que, por fim, me senti exausta e o
desatei da cama hospital.
- Pronto. Agora você vai
esperar por uma hora. Vai se levantar desta cama, e vai voltar para sua casa.
Ninguém deve ver você neste meio tempo. Ninguém enxergará você até que você
volte para sua casa. Repita o que eu disse.
Enquanto Phillip repetia, saí
do porão e fui até meu quarto. Precisava de um banho urgentemente.
E eu, muito satisfeita com o
decorrer de meu dia, não esperava por nenhuma surpresa a mais. Desci para a
sala de estar e abri um vinho para relaxar, e, com os pés descalços fui até a
TV e liguei uma música para que pudesse dançar e comemorar todas as minhas
vitórias até então.
Fechei os olhos, e permiti
deixar que o álcool fizesse o seu efeito entorpecente sobre o meu corpo.
Dançava lentamente, e sorria, sorria porque adorava aquela sensação em ter tudo
saindo conforme o meu planejado.
Quando fui encher a minha
taça pela quarta ou quinta vez, ao virar-me em direção da garrafa de vinho,
levei um pequeno susto. Eric estava diante de mim, e me observava dançar.
- Você não tem ideia da falta
que você fez por aqui durante este ano, Marina.
- Eric, o que você está
fazendo aqui? Esta não é a sua casa. – precisei esforçar-me para conter meu
riso. Meu dia parecia melhorar a cada minuto.
- Eu sei muito bem que esta
não é a minha casa. Vim aqui porque queria saber se o que você falou aquele dia
é verdade.
- O quê? Que eu ainda o amo? Que
não foi fácil para mim ver você se casando com outra pessoa? Que ainda não
esqueci os nossos anos de namoro? Sim, Eric, é verdade! Ou alguma vez já me
vira mentindo para qualquer pessoa que fosse? – continuei fingindo estar
sentida, franzi minha testa, e exaltei a voz ao falar com ele.
- Marina, eu jamais...
- Não me venha com essa mesma
história de novo, Eric. Eu já sei muito bem o que aconteceu. Você me traiu, ela
engravidou, e você decidiu que o mais certo era se casar com ela! Tudo isso eu
já sei, já ouvi, e já aceitei! Agora eu gostaria de entender o que você ainda
está fazendo aqui, diante de mim, dentro da minha casa.
- Eu precisava ver você de
perto, Marina. – Eric abaixou a cabeça. – Você deve pensar que eu sou um
cretino, e que eu nunca pensei em você, mas a verdade é que eu me arrependo
profundamente de tudo. Minha intenção nunca foi vê-la sofrer, muito menos
perder você. Eu... eu...
- Você o quê, Eric?
- Eu não estou conseguindo
olhar para você e não fazer isso.
Eric me puxou pela cintura,
como tinha o costume de fazer, e começou a me beijar. E não era aquele beijo
terno, que se espera de alguém que ama, que sofre, que sente saudades.
Era aquele beijo forte,
intenso, de quem deseja, precisa, e se entrega. E eu, claramente me sentindo
vingada, beijei-o com vontade também.
E quando se trata de dois
adultos, meus caros leitores, nós bem sabemos que a conversa nunca termina por
aí. Arranquei-lhe a blazer, a camisa e calça, e deixei que ele fizesse o mesmo
comigo.
Nunca gostei do modo como
Eric me tocava, mas como ele sempre fora a pessoa mais adequada para que eu
namorasse, fingia que gostava. E naquele dia, meus caros, foi a primeira vez,
em anos, que senti, de verdade, o prazer dele em minhas entranhas.
Mordíamo-nos, abraçávamos-nos,
parecíamos dois loucos apaixonados, mas bem sabem vocês que não o éramos.
Ele era ali, o frágil
carneiro, que eu, tigre, pantera, leoa, devorava, arrancava pedaços, sangue,
gemidos.
E de repente, com ele deitado
no sofá, eu por cima de seu corpo, e ele atento e acariciando meu seio, vi
Phillip nu passando calmamente pela sala, com o olhar fixo na porta de entrada.
Voltei a beijar Eric e por
fim, deitei em seu peito.
- Eu vou voltar hoje para
casa e vou dar um jeito em tudo isso, Marina. Nós vamos ficar juntos.
- Por favor, Eric, não faça
promessas que você não vai conseguir cumprir.
- Eu estou falando sério,
Marina. Meu filho continuará sendo meu filho independente de qualquer coisa.
Mas não posso mais ficar longe de você.
Enquanto nos beijávamos,
desta vez, de forma terna, o celular de Eric tocou. Era Nicolle, histérica:
- ERIC, ONDE É QUE VOCÊ ESTÁ?
PARE O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AGORA E VOLTE CORRENDO PARA CASA. VOCÊ NÃO VAI
ACREDITAR NO QUE ACONTECEU: O MEU PAI VOLTOU.
É, meus amigos, Phillip
voltara para casa. Graças a mim. E agora esta história pode começar a pegar
fogo.

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