Estou à procura de imperfeições.
De gente maluca, gente com tempo, gente maluca disposta a passar tempo junto.
Ou nem isso, não precisamos passar tempo juntos.
Mas se for imperfeito, fique. Nem que seja só para observar.
Cheguei ao meu ápice: preciso ver gente barriguda, espinha na testa, sentir cheiro de gente real.
Cansei de ver a vida passando nesse mar de rosas, nesse mar de pensamentos clichês, nesse mar vazio que se multiplica a cada vez que pisco os olhos.
A partir de hoje estou em busca de gente que tem a gargalhada estranha.
Gente sem máscara. Gente sem roupa. Gente com fantasias.
Gente que não tem a vida dos sonhos, mas que está em busca.
Gente que vai à praia. Que fica em casa. Que usa chinelos.
Salto alto, bons amigos, temas polêmicos, informação na ponta da língua! A foto perfeita, do dia perfeito, ao lado das pessoas perfeitas... Não estou dizendo que me nego a isso, e nem que nunca fui parte desse ninho da alegria.
Estou dizendo que cansei. Que me despi. Que me deitei.
E que ao levantar, só pensei em mudar. Em desacreditar.
Em esperar.
Em orar.
Em amar.
Em algum lugar.