(Leia o capítulo cinco em: http://negaescreve.blogspot.com.br/2013/11/cap-5-paul-e-marrie-primeira-promessa.html )
Acordara mais uma vez, assustado, por adormecer ali, no meu
sofá, enquanto conversava com Marrie. Levantei, fingindo nada demais ter
acontecido, e me sentei para tomar o café.
- Sr. Paul, bom dia.
- Bom dia, Marrie... o que temos para o café? – perguntei,
animado.
- Sr. Paul, não me leve a mal, mas acho que antes o senhor
precisa tomar um banho. – por mais que Marrie estivesse embaraçada ao me falar
aquilo, havia um sorrido sapeca em seu rosto. Marrie sabia que eu estava me
apaixonando por ela.
A primeira indagação que passara pela minha cabeça era: “
Mas o que diabos estava acontecendo comigo?”. Como seria possível que eu
tivesse me esquecido de um hábito tão essencial como um banho nestes dois
últimos dias? Senti vergonha de mim, e também senti vergonha de Marrie, pois
aparentemente minha situação já a estava incomodando.
- Você tem razão, eu jamais imaginei que fosse passar tanto
tempo por aqui, desculpe-me p...
- Sr. Paul, - interrompeu-me Marrie. – eu não pedi que o
senhor fosse embora daqui. Eu apenas sugeri que o senhor tomasse um banho antes
de fazer seu desjejum.
“Desjejum”. Podia parecer preconceituoso de minha parte, mas
fiquei me perguntando aonde aquela pequena mulher aprendera este dentre tantos
outros vocabulários aprimorados. Porque estava claro que Marrie não frequentara
escola alguma.
E enquanto eu fazia inúmeras questões mentalmente sobre a
vida de Marrie, percebi que já estava me despindo no banheiro, enquanto ela me
observava.
- Ora, Sr. Paul, não me olhe com esta cara! – Marrie ria
graciosamente, como se tudo aquilo fosse um fato do cotidiano. – Somos uma puta
e um gay, o que de mal pode nos acontecer?
A resposta estava na ponta de minha língua: o que eu desejo
que aconteça. Que nós dois nos apaixonemos por termos tantas diferenças, e ao
mesmo tempo tanta sintonia. Que possamos deixar para trás todos os nossos
conflitos internos e viver então uma vida que não lhe causará mais cicatrizes.
Nem em seu corpo, e nem em seu coração.
Todavia, antes de um “Doutor- Anjo”, tratava-me de um homem
covarde, que preferia o “socialmente correto” àquilo que se passava dentro de
mim. E o máximo que fiz, foi dizer:
- Você tem razão, Marrie. E por favor, para de me chamar de “Sr.
Paul”.
- Do que você quer que eu lhe chame, então?
Espontaneamente, e pela primeira vez após estes poucos dias
ao lado daquela mulher, respondi o que realmente desejava.
- De “bonitão”, Marrie. Gostaria que continuasse me chamando
de “bonitão”.
- Então, bonitão, vamos lavar esta cabeça. Homens-anjos precisam
estar sempre cheirosos. – Marrie já estava abrindo o xampu e massageando o meu
couro cabeludo.
Foi engraçado, pois não me senti como uma criança, que tem
sua mãe para lhe dar banho e lavar seus cabelos. Naquele momento, eu me sentira
um homem viril, um ser amado, um ser tão amado que já não poderia mais tomar um
banho sozinho. Um homem que merecia fazer tudo a dois.
Marrie fora buscar o meu café-da-manhã, e enquanto isso, eu
me deitara na banheira que mal me cabia, enquanto esperava ela encher-se de
água.
Quando Marrie voltou, equilibrava em suas mãos um prato com
sanduíche e um suco de laranja.
- Agora sim, eu deixo você tomar seu café-da-manhã. –
enquanto brincava comigo, Marrie ia se despindo.
- M-marrie, o que você vai fazer? – gaguejei, porque já
sabia a resposta.
- Vou entrar na banheira com você, bonitão. – mais uma vez,
completamente nua, frente a frente comigo, Marrie sorriu.
- Marrie, - disse, tentando me levantar. – Não tem espaço para
nós dois aqui.
Mas Marrie já havia entrado na banheira e deitado de costas
para mim. Sobre mim. E por mais que antes tivesse tentado me levantar, sabia
que tentara de uma maneira devagar, bem devagar, pois não me saía da cabeça a
ideia de sentir o corpo daquela mulher encostado no meu. Precisava saber como
era ter Marrie tão perto de mim.
- Claro que há espaço, bonitão. Sempre há espaço para dois
aonde antes não havia nenhum.
- O que quero dizer, Marrie, é que não sei se é certo nós
dois ficarmos assim em uma banheira.
- O que tem de tão ruim em estar aqui comigo? Não somos
amigos?
Sorri antes de lhe responder:
- Sim, Marrie, nós somos amigos. Mas não creio que amigos se
comportem desta maneira.
- Então somos mais que amigos, Sr. Paul.
Marrie inclinara seu rosto para trás e olhara em meus olhos.
Era impossível não sorrir ao ouvir o que ela tinha dito. Quis beijá-la, quis
sentir seus lábios apertarem os meus novamente, mas, mais uma vez concluí que
não seria o melhor a se fazer.
Apenas puxei um assunto banal que Marrie deu continuidade, e
voltou a ficar de costas para mim. Contou-me sobre seu emprego na cafeteria,
que havia combinado de ir hoje ao cemitério colocar flores no túmulo da mulher
de Sr. Brian juntamente com ele, que havia feito amizade coma enfermeira
Madalena, entre outras coisas. Não prestei atenção em nada do que ela dissera.
Era impossível parar de olhar para suas costas e desejar passar os dedos sobre
as cicatrizes em seus braços e ombros. Marrie estava claramente feliz.
Após o nosso demorado momento na banheira, já que não
poderia chamar o que acontecera de “banho”, vesti uma roupa limpa que ficara
guardada no armário e me dirigi para me despedir de Marrie. Precisava voltar
para minha casa.
- Até amanhã, Marrie.
- Até amanhã, bonitão.
- Quero lhe pedir uma coisa: prometa-me que não levará seus
novos amigos ao banheiro, assim como fizera comigo. – dizia aquilo em tom de
brincadeira, porém não poderia ir embora daquele apartamento sem ter a certeza
de que aquele momento seria só nosso.
- Mas é claro, bonitão. Você mesmo me ensinou hoje que um
banho a dois não foi feito para amigos. Precisa ser mais que isso para se ter
este momento.
Quando saí do apartamento, e já estava na rua, vi que Marrie
me observava da sacada. Acenou-me com um beijo e um “tchau” com as mãos. Eu
devolvi o aceno e caminhei até o carro com uma única certeza: Marrie tinha
razão. Éramos mais que amigos.

Ai que Legal,onde eu encontro o começo da história em Jéssica?
ResponderExcluirOlá, que bom que gostou! Vou colocar aqui o link dos outros capítulos, ok??
ExcluirCAP.1: http://negaescreve.blogspot.com.br/2013_10_01_archive.html
CAP 2: http://negaescreve.blogspot.com.br/2013/11/paul-e-marrie-cap-2-cateferia-de-sr.html
CAP 3: http://negaescreve.blogspot.com.br/2013/11/paul-e-marrie-cap-3-o-nosso-primeiro.html
CAP 4: http://negaescreve.blogspot.com.br/2013/11/paul-e-marrie-cap-4-quando-me-tornei-o.html
CAP 5: http://negaescreve.blogspot.com.br/2013/11/cap-5-paul-e-marrie-primeira-promessa.html
Qualquer coisa é só me mandar um email: jessicanegaescritora@gmail.com
Espero que goste! Bjss
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPode adiantar os capitulos
ResponderExcluirPERFEITAS CENAS...QUE COISA GOSTOSA DE LER...AMANDO O DESENROLAR DESSE ROMANCE...E AMANDO A MANEIRA SEMPRE ELEGANTE E DELICADÍSSIMA DE TECER SENSUAIS MOMENTOS....UMA VERDADEIRA ARTE...VOCÊ TECE UMA CENA COM PALAVRAS BEM COLOCADAS...SE SE PODE DIZER ASSIM, VOCÊ NOS FAZ SAIR DO TEXTO PARA UMA TELA, UMA CENA DE FILME...RICOS MOMENTOS ESTES DE QUARTA...PARABÉÉÉÉÉNS NEGA! AGUARDANDO OS PRÓXIMOS, NEGA...ADORANDOOOOO! BEIJOOOOOS
ResponderExcluirESTOU ADORANDO O DESENROLAR DESSA HISTORIA ..... MAMAE
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